O principal ponto negativo da CRISPR/CAS9


É inevitável dizer que a edição genômica pode trazer muitos benefícios, como cura de doenças, aperfeiçoamento de vegetais, tratamento de mutações etc. Porém essas técnicas, em especial a CRISPR, também apresentam pontos negativos que no momento, a impede de ser usada nos seres humanos que necessitam de um tratamento. O principal no momento e mais falado é que a técnica não é totalmente segura.

Estudos científicos haviam previsto a possibilidade que a técnica CRISPR/CAS9 tem de atacar, acidentalmente, trechos de DNA que não se deseja mudar. Por isso, muitos cientistas usam algoritmos para varrer toda a extensão de genes submetidos aos testes que não se pretende alterar e também para conseguir identificar esses trechos que podem ser danificados ou deletados acidentalmente. O grande porém desse meio usado é quando os algoritmos não são tão eficientes.

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Stanford e Iowa conseguiram corrigir um gene responsável pela cegueira em ratos, mas com a correção vieram mais de 1,5 mil mutações acidentais em nucleotídeos únicos e também em alguns conjuntos de nucleotídeos. Pesquisadores que não usam o sequenciamento do genoma como um todo e não analisa cada parte do DNA após a técnica de edição ser usada, pode deixar passar despercebido uma mutação que pode trazer sérias consequências. Por isso, a atenção ao se utilizar tal mecanismo deve triplicar-se para se conseguir prever qualquer problema gerado. 


Diante do fato, se a técnica alterar alguma parte do genoma acidentalmente, não se sabe a gravidade que isso pode gerar no ser humano. Por isso, mais pesquisas são necessários em torno de quais seriam essas mutações, o que podem gerar e novos meios de fazer a CRISPR se tornar mais precisa a ponto de essas preocupações serem quase nulas. 




  • Há solução para o problema?
De certa forma, sim. Não que seja soluções 100% eficazes, mas elas podem ajudar muito para a CRISPR se tornar oficialmente um tratamento. Como dito anteriormente, muitas pesquisas são necessárias em torno dessas mutações que podem ser geradas. Talvez daqui a muitos anos, a previsão de genes que possam ser mutados vai aumentar de maneira extraordinária, em função ao grande número de pesquisas. Com essas previsões, torna-se, talvez, possível arranjar soluções para que erros genéticos inesperados não ocorram, fazendo a técnica ser mais eficaz. 

Juntamente com isso, com certeza vai haver o desenvolvimento de sistemas bem programados que ajudem os pesquisadores no uso da tecnologia, informando quais áreas do código genético podem ser afetadas com o uso da CRISPR em determinada área do DNA. Atualemente, existe um sistema capaz de fazer isso. 


Uma colaboração entre cientistas da computação e biólogos de instituições de pesquisa nos EUA vem produzindo um sistema computacional capaz de aumentar a eficiencia e precisao da tecnologia CRISPR. O sistema denominado "Elevation" faz uso da inteligência artificial para prever quais genes podem ser afetados ao se usar o CRISPR em determinada região.

 diz: "Com a ferramenta Elevation, o cientista insere no sistema o nome do gene que pretende alterar e a ferramenta irá sugerir qual guia irá causar menos danos em alvos indesejados no gene especificado — a Elevation usa aprendizado da máquina para descobrir quais podem ser os alvos. Ela também providencia quais alvos indesejados podem ser atingidos de acordo com o gene a ser tratado."

A ferramenta é pública e gratuita e está disponível para pesquisadores. O Elevation trabalha juntamente com a ferramenta Azimuth, lançada em 2016 pela Microsoft, que prevê quais efeitos um alvo genético pode apresentar ao ficar exposto à edição.


Referências:

VAIANO, Bruno. Os riscos inesperados da técnica de edição de DNA CRISPR/Cas. Publicado em: 01 de Junho de 2017. Disponível em: https://super.abril.com.br/ciencia/os-riscos-inesperados-da-tecnica-de-edicao-de-dna-crisprcas/

BROWN, Kristen. A Microsoft quer usar inteligência artificial para melhorar a precisão da CRISPR. P
ublicado em 13 de janeiro de 2018. Disponível em: https://gizmodo.uol.com.br/microsoft-ai-cripr/

ROACH, John. Pesquisadores usam IA para melhorar a precisão da edição de genes com o CRISPR.  Publicado em 15 janeiro de 2018. Disponível em: https://news.microsoft.com/pt-br/pesquisadores-usam-ia-para-melhorar-precisao-da-edicao-de-genes-com-o-crispr/


































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